Taxa Selic sobe 1 p.p e atinge maior percentual em 5 anos
- anacarolineebp
- 23 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
Copom se reúne pela 2° vez em 2022 e decide pela 9° alta consecutiva da Taxa Básica de Juros. Projeções do mercado financeiro estimam ciclo de elevações durante todo o ano, com queda apenas em 2023.

Por: Ana Caroline Enis. 21 de março de 2022.
Sendo a Selic uma taxa completamente mutável, definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária) com base na taxa de câmbio do Real para o Dólar norte-americano, na inflação e no nível de atividade econômica brasileira — medido pelo PIB — não é fácil afirmar ou pré determinar, com toda a certeza, um valor exato para ela com muito tempo de antecedência. No início de 2021, por exemplo, os economistas sequer imaginavam que a porcentagem da SELIC poderia chegar aos dois dígitos em um período de três meses, mas assim aconteceu.
Por isso, a elevação brusca e quase emergencial da Taxa, chegando a 11,75% ao ano, não deixou de assustar os mais diversos setores do cotidiano Brasileiro, mesmo que fatores como o agravamento do poder econômico, o choque da guerra, PIB em atividade acima do esperado, pressões inflacionárias cumulativas que já ultrapassaram a meta de inflação perseguida pelo Banco Central (sempre um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo) e inconstância na taxa de câmbio para o Dólar já mostrassem um cenário preocupante para a economia nacional desde o final de 2021.
Agora, pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2017, quando a Selic ficou em 12,25% ao ano, a taxa básica de juros sobe 1 ponto percentual e atinge um dos valores históricos no país, levando consigo índices como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que chegou a 10,54%), a inflação (com meta atual de 3,5%, podendo ultrapassar o limite de 5% e chegar a 6,45%), preços de ativos e todas as outras taxas que envolvem o sistema de financiamentos e títulos líquidos.
Com a 9° alta consecutiva, aquilo que o Banco Central esperava ser um período de queda e estabilização da taxa, tal qual um alívio para os que procuram e trabalham com empréstimo de crédito, tornou-se a maior série de altas da história, com um total de 9,75 pontos somados desde agosto de 2020. Assim, análises e balanços do Comitê e do Boletim Focus (um relatório divulgado semanalmente pelo Banco Central que considera a mediana das projeções de mais de 100 instituições financeiras para diversos indicadores econômicos, inclusive a SELIC) publicados na semana do dia 16 de março estimam que o contexto ainda traz riscos eminentes em diversas vertentes — levando em conta as várias movimentações econômicas apenas no último mês e a sinalização do Copom para um ciclo de aperto — e que há altas chances de 2022 terminar com a Selic a 12,25% ao ano.
Por fim, ainda perseguindo o objetivo de assegurar a estabilidade dos preços, o Copom afirma, em nota, que “o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques'', e que, caso o cenário conflitante se mostre maior ou mais persistente do que o esperado, estarão prontos para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, ou seja, para continuar movimentando nossas taxas e lucros até que a situação se veja em um patamar favorável, e que irão persistir na estratégia “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. O Comitê deve se reunir novamente nos dias 3 e 4 de maio de 2022.
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