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Fintechs: O que são e qual o impacto na economia brasileira

  • anacarolineebp
  • 22 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura
Como funciona e qual o segredo do setor que cresceu mais de 264,7% durante a pandemia



De acordo com um mapeamento feito pela Finnovation (desenvolvedor e acelerador de Fintechs), em 2018, o Brasil contava com uma média de 377 Fintechs; já no final de 2020, o setor apresentou um crescimento de 264,7%, totalizando 998 Fintechs espalhadas por nosso território.

Dois ramos dão origem ao nome fintech: Finanças e Tecnologia. Entre gráficos, bolsas, tabelas e “dinheiro invisível”, as equipes do setor mais emergente e promissor dos últimos tempos buscam simplificar e desmistificar a realidade bancária, colocando mais conhecimento e acessibilidade na mão do consumidor.

Elas surgiram como resultado da crise financeira internacional de 2008, quando o banco norte-americano Lehman Brothers faliu. Com isso, o governo dos EUA teve que prestar apoio financeiro e o setor público teve que criar uma série de regulamentos e penalidades para evitar novas crises. Nesse espaço, profissionais da tecnologia viram brechas para identificar nichos de necessidades específicas que os bancos, por serem mais tradicionais e burocráticos, não se atentaram. Outro detalhe importante: muitas das pessoas que passaram a trabalhar e impulsionaram o crescimento das fintechs eram funcionários demitidos destes grandes bancos durante a crise.

No cenário atual, especialistas dividem as fintechs em 13 categorias: serviços digitais, crédito, backoffice, tecnologia, investimentos, risco e compliance, meios de pagamento, fidelização, finanças pessoais, cartões, crowdfunding, criptomoedas e dívidas.

Dentre estes, um dos segmentos que mais cresceu em 2020 foi a categoria de meios de pagamento. A variação no valor de investimentos recebidos em comparação com 2019 foi impressionante: 2612,01%. Isso pode ser explicado por diversos fatores, como a popularização dos cartões virtuais (Nubank, um banco completamente digital, sem agência física, e PicPay, o aplicativo de pagamentos. Conhece?), expansão das carteiras digitais e a chegada do Pix.

Em segundo lugar estão as fintechs de crédito, que receberam 350 milhões no ano passado, um crescimento de 10,6% em relação a 2019. São nesses espaços que se encaixam as Fintechs (sim, no plural) da empreendedora Ariane Pelicioli, fundadora da Boletão e sócio fundadora da iUPay.


“Eu já estava no mercado financeiro com meu marido. Assim que consegui minha primeira sócia, fundei o Boletão. A plataforma serve para reunir todos os boletos emitidos no CPF ou CNPJ do usuário em um único ‘Boletão’”.

Ariane explica que o sistema permite que o usuário faça sua gestão financeira e, o principal, oferece crédito para pagamento de boleto. Esse sistema chamou muita atenção por ser uma das primeiras fintechs lideradas e criadas somente por mulheres. “O mercado financeiro ainda é muito masculino. Por isso, decidimos desenvolver algo novo, juntas”, ela se orgulha em dizer.

Durante a pandemia, a empresária foi chamada para ser sócia de mais uma fintech, a iUpay, que agrega todas as cobranças bancárias de usuários de Bancos Digitais e Fintechs. Além de tornar-se sócio-fundadora, fez com que o Boletão virasse um cliente da iUPay.

O professor e pesquisador de Fintechs Bruno Diniz, escritor do livro “O Fenômeno Fintech”, diz que o “impacto que as Fintechs trouxeram para a nossa economia pode simplesmente ser verificado pelos investimentos. Desde 2015, US$2,4 bilhões foram investidos em fintechs no Brasil, e elas já correspondem a 35,6% do capital alocado em startups no país (citando o estudo da Distrito Fintech Report Brasil 2020)”, e não deixa de comentar a movimentação que estas trouxeram para a criação de empregos - o Distrito Fintech Report 2021 aponta que mais de 40 mil pessoas trabalham em Fintechs no nosso país.

Ele ainda afirma que este é um fenômeno associado às redes sociais e internet, é algo de esqueleto 100% tecnológico. Seu público-alvo é aquele que está ligado ao smartphone, aquele que vai utilizar as plataformas das redes para facilitar 90% do dia a dia, e isso nos traz um porém: “As fintechs são um caminho para trazer um maior acesso a produtos e serviços financeiros, [...] mas ainda temos muitas precariedades, como o acesso à internet e o preço do celular para que todos tenham esses novos serviços”, afirma Bruno.

Por fim, o professor conta que, de acordo com relatórios do banco americano Goldman Sachs, as empresas de tecnologia financeira no Brasil podem vir a gerar uma receita próxima de US$24 bilhões nos próximos 10 anos. Uma vez que estas não precisam de espaço físico para cumprir com seus propósitos, o custo de suas operações são menores e elas conseguem rebater isso para o cliente, se tornando mais vantajoso na hora da comparação (inclusive, muitas fintechs são justamente focadas nestes mecanismo de comparação) e gerando boas previsões para seu futuro.


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